23º CONBEP e 2º IFC Amazônia submetem trabalhos técnico-científicos

Compartilhar

A 23ª edição do Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca (CONBEP) será realizada simultaneamente ao IFC Amazônia, nos dias 23, 24 e 25 de abril de 2025, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. O último CONBEP realizado na cidade foi em 2011, o que aumenta a expectativa de estudantes e profissionais da área.

A temática central da 23ª edição do CONBEP será “A Engenharia de Pesca frente aos desafios da economia azul e da resiliência climática”. Trata-se do principal evento técnico-científico relacionado à profissão, com uma programação que contempla formação acadêmico-profissional, mercado de trabalho no contexto das demandas atuais e que inevitavelmente serão permanentes nas áreas de atuação do Engenheiro de Pesca.

De acordo com o Engenheiro de Pesca, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e também presidente da Federação Nacional dos Engenheiros de Pesca do Brasil (FAEP-BR), Marcos Brabo, “esse tema converge com o momento que vivemos no planeta, em especial em Belém, que no ano de 2025 receberá a COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o maior evento do mundo sobre o assunto”.

Em relação ao local do evento, Brabo disse que conhecer ou revisitar a cidade representa uma oportunidade de se encantar com belezas naturais, um povo acolhedor, uma cultura fascinante e uma gastronomia incrível, onde o pescado é protagonista. “Essa condição está atrelada à grande diversidade de espécies exploradas pela pesca comercial, pela aquicultura em franco desenvolvimento e pelo parque industrial privilegiado, que justificam a oferta regular de cinco cursos de Engenharia de Pesca.”

Para Altemir Gregolin, presidente do IFC Amazônia, o evento ganha mais relevância ao receber, simultaneamente, o Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca – CONBEP. “Estamos integrando a programação do primeiro dia do evento, que são temas de conjuntura e estratégia, de interesse de todo o setor, e promovendo com isso, um forte network entre os profissionais, setor produtivo, academia e governos.”

Programação do CONBEP e trabalhos científicos

A programação da 23ª edição do CONBEP foi pensada para atender a todos os interesses com dinamismo e qualidade, contemplando profissionais de todas as regiões do país.

A apresentação de trabalhos científicos é um dos pontos altos do evento, possibilitando aos estudantes e profissionais expor suas atividades de pesquisa e extensão aos congressistas e registrá-las nos anais do evento. “A expectativa é por quatro dias de muito conteúdo, debates enriquecedores e ideias inspiradoras, que é exatamente o combustível que precisamos no desempenho de nossas atividades diárias”, disse o presidente da FAEP-BR, Marcos Brabo.

A novidade nesta dição, é que a apresentação dos trabalhos científicos será organizada de forma conjunta entre o IFC Amazônia e o CONBEP, sendo coordenada pelo CONBEP. Segundo Gregolin, “Esta integração irá potencializar a área científica do evento, dar oportunidade a todos os profissionais, pesquisadores e estudantes do setor pesqueiro e aquícola brasileiro, para apresentarem os resultados dos estudos que vem sendo desenvolvidos e compartilhar todo este conhecimento com o setor produtivo”.

Pesquisadores interessados em submeter suas pesquisas para o 2º IFC Amazônia e o 23º CONBEP devem acessar o site https://conbep.com.br/. O prazo para a submissão dos trabalhos científicos vai até o dia 24 de março.

Expectativas para o 2º IFC Amazônia

De acordo com o Engenheiro de Pesca, Dr. Marcos Brabo, o primeiro IFC Amazônia superou todas as expectativas em termos de público, programação e feira de negócios.

Para o 2º IFC Amazônia, Marcos Brabo espera contribuir para que os números do último IFC possam ser superados. “Foi o maior evento já visto dentro da pesca e da aquicultura no estado do Pará. Superar esses números é um grande desafio”, disse. “Eu acredito que o Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca (CONBEP), simultâneo ao IFC Amazônia, agrega muito à programação técnico-científica, com a possibilidade de apresentação de pesquisas e atividades de extensão e, obviamente, potencializa negócios, networking e soluções para as problemáticas das cadeias produtivas da pesca e aquicultura”, acredita. “Realizar os dois eventos simultaneamente nos possibilita convergir trabalho, energia e tempo, para que possamos construir um evento, sem dúvida nenhuma, memorável.”

A Engenharia de Pesca no Estado do Pará

Atualmente, o estado do Pará é quem mais oferta cursos de Engenharia de Pesca no Brasil, com cinco regulares e duas iniciativas pontuais. A Engenharia de Pesca teve início em 1970 na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e, hoje, conta com 26 cursos espalhados por todas as regiões brasileiras.

Importância do Engenheiro de Pesca no estado do Pará

O primeiro curso de Engenharia de Pesca no Brasil foi iniciado em 1970. “Atualmente, temos 26 cursos de Engenharia de Pesca no Brasil, sendo cinco no estado do Pará. A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), além da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), ofertam a formação de Engenharia de Pesca. Isso nos confere o status de maior formador dessa profissão no Brasil, o que nos deixa extremamente orgulhosos. Posso afirmar que os Engenheiros e Engenheiras de pesca fazem a diferença no desenvolvimento sustentável da pesca e da aquicultura no território paraense”, disse Brabo.

A Missão do Engenheiro de Pesca

Marcos Brabo salienta que o Engenheiro de Pesca é o único profissional preparado nos aspectos tecnológico, ambiental, econômico e social em sua matriz curricular, para atender as mais diversas demandas para o desenvolvimento sustentável, seja da pesca ou da aquicultura, no estuário, no mar, nos oceanos ou nos ambientes dulcícolas. “Essas atividades necessitam de assistência técnica e extensão rural, fomento, gestão ambiental, inspeção sanitária, pesquisa e formação de mão de obra qualificada para continuarem a ofertar alimento de qualidade e gerar trabalho, emprego e renda para a população, aí reside a missão do Engenheiro de Pesca.”

O Estado do Pará é o maior produtor de pescado oriundo do extrativismo no Brasil. O Estado do Amazonas é o maior produtor de pescado oriundo do extrativismo em ambientes de águas continentais, além de apresentar o maior consumo per capita de pescado no Brasil. O Amapá vem em segundo lugar e o Pará em terceiro.

Rondônia é o líder na produção de peixes nativos no país por meio da piscicultura. Essa região tem o pescado como um elemento muito importante no aspecto socioeconômico, seja na produção de alimentos ou na geração de postos de trabalho, emprego e renda, o que demanda uma organização em termos de cadeia produtiva e negócios sustentáveis ao longo dessas cadeias produtivas. “O Engenheiro de Pesca é indispensável na iniciativa privada e em órgãos do poder público, principalmente pela capacidade de visualizar o cenário nos mais distintos aspectos, contemplando o ambiental, o econômico e o social”.

Futuro do peixe amazônico

“Ao entrar em sala de aula ou ao fazer pesquisas e consultorias, sempre procuro fazer o meu melhor e repassar essa motivação aos demais, esse brilho nos olhos para os alunos de graduação ou pós-graduação com os quais tenho a oportunidade de contribuir na formação”, destaca Brabo. “Acredito que esse brilho nos olhos, essa vontade de fazer a diferença, é que vai mudar esse cenário dos peixes amazônicos em termos de mercado regional para uma escala maior, que nos permita conquistar o Brasil e até o mundo”, enfatiza.

Brabo salienta ainda a importância de incrementar a produção nos nove Estados da Amazônia Legal. “Para atender à demanda de pescado no nosso país, é necessário um conhecimento maior das espécies por parte dos consumidores, o que demanda estratégias de marketing assertivas, assim como para tornar o sonho de alcançar o mercado internacional com volume e frequência em realidade”, projeta. “Acredito muito na educação, na formação de mão de obra qualificada, que leve tecnologia para o campo, com responsabilidade e sustentabilidade para que tenhamos um futuro mais próspero”, completa Marcos Brabo.